O arquipélago de Fernando de Noronha é conhecido mundialmente por abrigar belezas naturais singulares. A Baía do Sancho, por exemplo, já foi eleita como a melhor praia do planeta. Para o ano de 2017, um grupo de especialistas une esforços para Fernando de Noronha conquistar o selo de Geoparque (ou Geopark, em inglês), que é um título concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e poderá agregar diversos benefícios para Noronha. O Projeto Golfinho Rotador faz parte desse grupo.
Em 2001, a Unesco declarou o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (Parnamar/FN) e a Reserva Biológica do Atol das Rocas como Patrimônio Natural da Humanidade. A proposta é de co-autoria do Coordenador do Projeto Golfinho Rotador e o título foi concedido em virtude das singularidades ecológicas, especialmente da alta frequência de golfinhos-rotadores no arquipélago.
Segundo estudo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o arquipélago abriga 43 geossítios, dos quais 26 são terrestres e 17 submersos. De acordo com Jasmine Moreira, turismóloga da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), os geossítios representam lugares ou pontos de interesses geológicos. O grande diferencial de Fernando de Noronha é que não há nenhum outro local no Brasil que, em uma área tão pequena, tenha um número tão elevado de geossítios.
Atualmente existem no mundo 120 Geoparques distribuídos em 32 países. A China detém sozinha 33 Geoparques. Já no Brasil, há apenas um, o Geoparque Araripe (Araripe Geopark), localizado no Ceará.
O título de Geoparque é concedido pela Unesco a uma área com limites bem definidos, que une proteção do patrimônio geológico com desenvolvimento sustentável. Proteger e promover o patrimônio, mediante iniciativas educativas e sustentáveis, estão entre os objetivos de um Geoparque. Além de estimular geração de emprego e renda para as comunidades locais, por meio da valorização da sua história, cultura e patrimônio.
Na palestra “Noronha e seu potencial para ser um Geoparque”, Jasmine Moreira apresentou ao público o conceito e a importância do selo de Geoparque para Fernando de Noronha. O encontro aconteceu no último dia 2 de fevereiro no auditório do Projeto Tamar/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Entre um dos principais benefícios em Noronha receber o título de Geoparque, está a possibilidade de atrair recursos, como por exemplo, do Banco Mundial, para a realização de projetos, programas e adequação de infraestrutura. Além de promover benefícios para as gerações futuras. A turismóloga elencou algumas características para que Noronha concorra ao selo da Unesco, são elas: biodiversidade, paisagem, geodiversidade, infraestrutura turística e envolvimento da comunidade. De acordo com Jasmine, Noronha já tem quase todas essas características, falta apenas o envolvimento comunitário. O envio do dossiê para a Unesco só será realizado quando a comunidade aprovar a ideia.
Há dez anos Jasmine trabalha com enfoque no arquipélago, e desde 2013 foi criado um Grupo de Trabalho para estudar as diretrizes para a conquista do selo da Unesco. O grupo é formado por representantes do Projeto Golfinho Rotador, Projeto Tamar, ICMBio, Parnamar/FN, Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outros.
O Projeto Golfinho Rotador é executado pela ONG Centro Golfinho Rotador, tem coordenação do ICMBio e patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
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Assessoria de Comunicação do Projeto Golfinho Rotador