Saiba mais sobre a expedição Beagle e a evolução dos golfinhos, assíduos frequentadores de Fernando de Noronha.
No dia 12 de fevereiro, é celebrado o Dia de Darwin por cientistas e pesquisadores ao redor do mundo. O naturalista Charles Darwin (1809-1822) completaria seu 208º aniversário. Poucos talvez saibam que em 1832, o pai da teoria da evolução visitou o arquipélago de Fernando de Noronha, atualmente um modelo de conservação e proteção de espécies com iniciativas como as do Projeto Golfinho Rotador.
Durante a famosa expedição no navio de pesquisa Beagle ao redor do mundo, Charles Darwin reconheceu a origem vulcânica das rochas do arquipélago de Fernando de Noronha. O naturalista também destacou a imponência do ponto turístico conhecido como Morro do Pico e as matas nativas de Noronha que, para seu desapontamento, não tinham a aparência luxuriante de uma ilha próxima ao Equador. Durante cinco anos, Darwin coletou e observou diversas formas de vida durante a expedição e compreendeu melhor as mudanças ocorridas nas espécies. Em 1859, Charles Darwin publicou a obra clássica Origem das Espécies por Seleção Natural. Entre outras características, Darwin ficou conhecido por sua contribuição no entendimento da evolução das espécies.
Uma curiosidade sobre a Teoria da Seleção Natural é que, segundo Darwin, não são os melhores que são escolhidos para sobreviver, mas sim os menos adaptados que são selecionados para morrerem e serem extintos. Esse enfoque faz toda diferença, pois na escassez de recursos, a extinção vem eliminando os menos adaptados. Quanto menos recursos, mais indivíduos ou espécies serão extintos do Planeta.
Evolução
Uma das hipóteses mais aceitas atualmente no meio científico sugere que os cetáceos (baleias e golfinhos) são um grupo irmão dos hipopótamos. Os golfinhos são mamíferos que pertencem a subordem Cetartiodactyla, que inclui os Arctiodactyla (bovinos, camelos e hipopótamos) e os Cetáceos. O termo Cetancodonta é usado exatamente para agrupar a linhagem evolutiva dos cetáceos e hipopótamos.
Estudos apontam que os cetáceos modernos evoluíram de animais terrestres que colonizavam áreas estuarinas cerca de 55 milhões de anos atrás. A transição para a vida aquática parece ter ocorrido em torno do mar de Tethys, na região que hoje corresponde ao Mar Mediterrâneo e o subcontinente Asiático. De acordo com evidências fósseis, os cetáceos mais antigos, da subordem Archaeoceti, habitavam as margens dos oceanos e estuários em busca de alimento e proteção de predadores. Existe a suposição de que eles sofreram adaptações progressivas para um modo de vida mais aquático, mas provavelmente conservaram as quatro patas por milhões de anos. No entanto, posteriormente surgiram representantes totalmente aquáticos providos de nadadeiras peitorais no local das patas anteriores e já apresentavam os membros posteriores vestigiais internos e nadadeiras dorsal e caudal bem desenvolvidas.
Que são os golfinhos e baleias que conhecemos hoje! O Dia de Darwin é uma excelente oportunidade para que se discuta sobre a evolução das espécies e que assim se amplie o conhecimento.
O Projeto Golfinho Rotador iniciou suas atividades em Fernando de Noronha em 23 de agosto de 1990. Ações de pesquisa, educação ambiental, sustentabilidade e envolvimento comunitário em prol da conservação dos golfinhos-rotadores, de Fernando de Noronha e da biodiversidade marinha fazem parte de sua missão. O Projeto Golfinho Rotador é executado pela ONG Centro Golfinho Rotador, tem coordenação do ICMBio e patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.