Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado na sexta (8), apresentamos a você uma fêmea muito especial: a de golfinho-rotador. Entre muitas curiosidades, inicialmente destacamos duas – a precocidade sexual e a forte ligação com os filhotes.
Com tempo de vida de cerca de 30 anos,
o golfinho-rotador fêmea alcança a maturidade sexual com 4 a 7 anos. Mais
precoce que o macho, que está pronto para reproduzir com 7 a 10 anos.
Além de precoce, a estratégia sexual dela é a poligamia. Na cópula, cada fêmea
é cortejada por um a dez machos simultaneamente, que nadam em formação
triangular atrás dela. O macho mais próximo se posiciona embaixo dela e copula.
Esse procedimento é repetido sucessivamente pelos machos.
A estratégia sexual dos rotadores resulta em uma estrutura social muito
fluídica, na qual inexiste a figura paterna. Os laços familiares são derivações
da relação mãe-filh@ e irm@.
Segundo esses laços, os golfinhos agrupam-se em unidades familiares, sobre as quais se associam os machos adultos, que flutuam entre as diferentes células familiares. É uma sociedade matriarcal.
A gestação, de apenas um filhote, dura cerca de 10 meses. Os cuidados com os filhotes se estendem por até 24 meses. Dessa forma, a cada três anos um golfinho-rotador fêmea dá à luz um filhote.
Para compensar a baixa taxa de natalidade, há uma forte relação entre mãe e filhote, configurando-se em um elevado investimento parental por parte da fêmea.
A proteção inclui manter os filhotes afastados de predadores e de possíveis ameaças, como as pessoas. Nas observações em mergulho realizadas ao longo dos últimos 28 anos, equipes do Projeto Golfinho Rotador verificaram que a fêmea sempre nadava próximo do filhote e, na maioria das vezes, entre ele e o pesquisador.
“Quanto ao posicionamento dos filhotes e dos recém-nascidos em relação à fêmea que o acompanhava, a preferência era por posições que ofereciam maior proteção ao filhote, como ao lado, atrás e abaixo, sendo que os recém-nascidos buscavam mais estas posições do que os filhotes”, descreve o coordenador-geral do Projeto Golfinho Rotador, o oceanólogo José Martins.
Quando o filhote demonstrava uma curiosidade maior pelo mergulhador, cercando-o mais de perto, a mãe afastava o filhote com vocalização muito alta e específica, com um chamado denominado por nós de “vem cá meu filho” ou com toques e empurrões com o corpo. A amamentação é observada diariamente, quando os filhotes se posicionam ao lado de sua mãe e esfregam ou dão pequenas batidas com a ponta do rostro (focinho animal) na fenda mamária da fêmea, de onde o leite é expelido.
CARINHO
DE MÃE
José Martins conta que observou grande cuidado das fêmeas para com os filhotes,
que incluem toque com suas nadadeiras, preferencialmente no dorso e nas
nadadeiras. “Sons suaves eram habitualmente emitidos pelas fêmeas em
direção aos filhotes, especialmente quando estes se aparentavam angustiados ou
quando retornavam das suas brincadeiras.”
A amamentação foi o comportamento mais difícil de ser observado e registrado devido à interrupção desse ato ou à fuga da mãe e do filhote com a aproximação do pesquisador. “Somente as fêmeas que já haviam mergulhado por várias vezes com o mesmo pesquisador permitiram a aproximação durante a amamentação”, detalha José Martins.
Para o pesquisador, essa dificuldade em se aproximar de mães amamentando deixa bem claro que esse é o comportamento mais íntimo observado entre os rotadores em Fernando de Noronha e evidencia a necessidade de uma área exclusiva para esses animais, longe da presença humana.
Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.
A DATA
Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.