O Dia das Mães é sempre uma oportunidade para homenagear todas as mães do mundo. A homenagem do Projeto Golfinho Rotador é para todas as mães e, neste dia especial, vamos falar sobre as mães dos golfinhos-rotadores.
Depois de 10 meses de gestação, as mamães “golfinhas” dão à luz um único filhote, de quem vão cuidar por um a dois anos. Cuidar inclui ensinar a respirar, procurar alimento e escapar de predadores como tubarões.
As observações dos pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador em mergulho livre para fins de pesquisa, devidamente autorizados pelo ICMBio, registraram variadas demonstrações de cuidado e afeto das mães com seus filhotes.
Como comumente se observa no reino animal, as mães tocam seus filhotes, e com as “golfinhas” não é diferente. Os pesquisadores filmaram as mães tocando seus graciosos filhotes com suas nadadeiras, preferencialmente no dorso e nas nadadeiras.
Quanto ao posicionamento dos filhotes e recém-nascidos em relação à mamãe “golfinha”, a preferência era por posições que ofereciam maior proteção ao filhote, como ao lado, atrás e abaixo, sendo que os recém-nascidos buscavam mais estas posições do que os filhotes. Também verificaram que a mãe sempre nadava próxima do filhote e, na maioria das vezes, entre seu filhote e o pesquisador.
Além disso, foram gravados sons específicos emitidos pelas fêmeas, quando acompanhadas de seus filhotes. Quando o filhote demonstrava uma curiosidade maior pelo mergulhador, cercando-o mais de perto, a mãe afastava o filhote com vocalização muito alta e específica, com um chamado denominado por nós de “vem cá meu filho” ou com toques e empurrões com o corpo.
Já a amamentação é o comportamento mais difícil de ser observado e registrado. Isso porque as fêmeas, com a aproximação do pesquisador, interrompem o ato ou se afastam com seu filhote. Apenas as mães “golfinhas” que já haviam mergulhado por várias vezes com o mesmo pesquisador permitem a aproximação durante a amamentação.
“Na amamentação, os filhotes se posicionam ao lado da mãe e esfregam ou dão pequenas batidas com a ponta do rostro (focinho) na fenda mamária, de onde o leite é expelido”, explica o Dr. José Martins, autor de trabalhos científicos sobre o tema.
De acordo com José Martins, essa dificuldade em se aproximar de mães amamentando, deixa bem claro que esse é o comportamento mais íntimo observado dos rotadores e evidencia a necessidade de uma área exclusiva para esses animais, longe da presença humana.
Com tempo de vida de cerca de 30 anos, o golfinho-rotador fêmea alcança a maturidade sexual com 4 a 7 anos. Mais precoce que o macho, que está pronto para reproduzir com 7 a 10 anos.
A estratégia reprodutiva dos rotadores é definida cientificamente como “promíscua”. Cada fêmea copula com vários machos e cada macho com várias fêmeas, em curto espaço de tempo, às vezes, segundos. Na cópula, cada fêmea é cortejada por um a dez machos simultaneamente, que nadam em formação triangular atrás dela. O macho mais próximo se posiciona embaixo dela e copula. Esse procedimento é repetido sucessivamente pelos machos.
Os golfinhos-rotadores possuem uma sociedade matriarcal. Algumas evidências são que sua estratégia reprodutiva resulta em uma estrutura social muito fluída, na qual inexiste a figura paterna. Os rotadores agrupam-se em unidades familiares, sobre as quais se associam os machos adultos, que flutuam entre as diferentes células familiares dirigidas sempre pelas matriarcas.
As atividades de pesquisa, assim como ações na área de educação ambiental, envolvimento comunitário, sustentabilidade e monitoramento de golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha, têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Eu amei adorei porque quem quer saber mais sobre golfinhos é muito bom pra quem gosta de golfinhos