Como andam o comportamento e a ocorrência dos golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha?
É esta a pergunta que queremos responder.
Com a reabertura das praias localizadas na Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha e possível reabertura de algumas praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, o Projeto Golfinho Rotador pretende retomar, assim que autorizado pelo ICMBio, o monitoramento dos golfinhos-rotadores. Atividade paralisada desde o dia 17 de março, em razão da pandemia de Covid-19.
No monitoramento, são anotados dados de uso, ocupação e ecologia comportamental dos golfinhos-rotadores na ilha, onde o animal é estudado há mais 29 anos pela equipe do Projeto Golfinho Rotador.
Durante a observação, realizada de um ponto fixo, os pesquisadores registram parâmetros de frequência, como horário e direção da chegada, número de indivíduos, horário de saída e o tempo de permanência.
O trabalho é feito de dois pontos fixos da ilha: Forte de Nossa Senhora dos Remédios, na Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha, e Mirante dos Golfinhos, no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. Do Forte, é avistada a Baía de Santo Antônio e a Enseada Entre Ilhas e do Mirante, a Baía dos Golfinhos.
O coordenador-geral do Projeto Golfinho Rotador, Flávio Lima, informa que a retomada do monitoramento ocorrerá assim que o ICMBio Noronha autorizar, seja só no Forte de Nossa Senhora dos Remédios ou também no Mirante dos Golfinhos.
“O pedido de autorização para reiniciar o monitoramento já foi encaminhado ao ICMBio. Assim que tivermos a sinalização positiva do órgão, reiniciaremos as atividades dos pontos fixos de observação”, explica Flávio Lima.
HISTÓRICO
Registrados pela primeira vez em Noronha em 1556 pelo frade franciscano André Thévet (1502-1590), durante expedição do governo francês ao Brasil, os golfinhos-rotadores até hoje estão associados à imagem da ilha. O turismo teve início em Noronha em 1969. Em 1970 começou o turismo náutico para observação de golfinhos.
Em 2019, em 80% dos dias foram avistados em média 338 golfinhos em Fernando de Noronha. Golfinhos dessa espécie, cientificamente chamada Stenella longirostris, durante a noite se alimentam de peixes, lulas e camarões no oceano aberto. De dia, como apontam estudos realizados pelo Projeto Golfinho Rotador, os rotadores procuram as baías de Noronha para descansar, se reproduzir, amamentar e cuidar dos filhotes.
Esses dados, frutos das pesquisas realizadas ao longo de quase 30 anos, justificam a necessidade da conservação da espécie e da biodiversidade marinha em Fernando de Noronha. É este histórico que faz com o Projeto Golfinho Rotador seja um dos maiores “Programas de Pesquisa Ecológica de Longa Duração” com golfinhos do mundo.
As atividades de monitoramento, assim como ações na área de educação ambiental, envolvimento comunitário, sustentabilidade e pesquisa de golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha, têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.