Todos os anos as jubartes deixam as regiões polares, onde se alimentam, para acasalar e dar à luz. As populações do Hemisfério Sul de junho a novembro buscam regiões de baixas latitudes, como a costa brasileira, entre os Estados do Piauí e do Rio Grande do Sul. Nesta temporada reprodutiva, o Projeto Golfinho Rotador já fez pelo menos dois registros em Fernando de Noronha: um de borrifos, reportado por informantes no dia 11 de junho, e avistagems realizadas pela nossa equipe de pesquisadores nos dias 28 e 29 de julho.
De respiração pulmonar, as baleias sobem à superfície para expelir o ar quente e úmido dos pulmões pelas narinas, que ficam no alto da cabeça, e inspiram novamente antes de mergulhar. Em contato com a atmosfera, o ar se transforma em partículas de água que formam um grande borrifo. De acordo com a espécie, esse borrifo muda de formato e altura média, permitindo a identificação de que tipo de baleia se originou.
As ilhas e os ambientes coralíneos são algumas das áreas preferidas pelas jubartes, chamadas pelos cientistas de Megaptera novaeangliae, durante a migração anual para completar seu ciclo de vida. Em Fernando de Noronha, há relatos de ocorrência de jubartes desde 1989.
O Projeto Golfinho Rotador acompanha sistematicamente as baleias na ilha há 20 anos. Entre janeiro de 2000 e outubro de 2019 foram registradas 419 jubartes em Fernando de Noronha. Nesse período, o monitoramento de cetáceos ocorreu regularmente a partir de dois pontos fixos: Mirante da Baía dos Golfinhos (5.812 dias) e Forte Nossa Senhora dos Remédios (2.577 dias). Também houve coleta de dados de uma rede de informantes locais.
A partir de 2013, os registros de baleias-jubartes aumentaram progressivamente em Noronha, sendo 2017 o ano de maior ocorrência não só na ilha (144 avistagens), mas também em toda costa brasileira.
O início da temporada reprodutiva em FN ocorre em julho (12,17% das ocorrências), havendo um pico em agosto e setembro (37,47% e 37,95% das ocorrências, respectivamente), com término no final de outubro (8,59% das ocorrências). Existiram também ocorrências pontuais fora da temporada conhecida para a espécie no Hemisfério Sul, em janeiro, março e abril.
Os dados de avistagem dessas baleias em Fernando de Noronha são reportados ao Projeto Baleia Jubarte. As duas instituições são parceiras na Rede Biomar, formada por seis projetos voltados à conservação da biodiversidade marinha que atuam em rede com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Os outros são Projeto Albatroz, Projeto Coral Vivo, Projeto Meros do Brasil e Projeto Tamar.
As ações integradas têm contribuído para potencializar os resultados dos conhecimentos científicos em torno da biodiversidade marinha, além de compartilhar experiências de educação ambiental e relacionamento com as comunidades. Para acompanhar os projetos da Rede Biomar nas redes sociais e conhecer mais sobre esse trabalho acesse @golfinhorotador, @projetoalbatroz, @projetobaleiajubarte, @projetocoralvivo, @merosdobrasil, @projeto_tamar_oficial..
As atividades de monitoramento, assim como ações na área de educação ambiental, envolvimento comunitário, sustentabilidade e pesquisa de golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha, têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Para mais informações sobre jubartes acesse: www.baleiajubarte.org.br