Artigo publicado aponta que o turismo em UCs tem potencial para auxiliar na manutenção de um turismo econômico e ambientalmente sustentável
Os especialistas fizeram uma proposta de valoração do turismo de mergulho e de surf nas Unidades de Conservação de Fernando de Noronha.
Quatro pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador (PGR), patrocinado pela Petrobras, e um do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicaram, na Revista Brasileira de Ecoturismo.
A publicação é uma das mais respeitadas do setor no Brasil e o artigo foi escrito pelos pesquisadores Flávia Queiroz Weysfield, Flávio José de Lima Silva, Lume Garcia Monteiro de Souza e Mariana Andrade Martins, todos do PGR, e José Martins da Silva Júnior, do ICMBio. No texto, os especialistas destacam, entre outros pontos, que o turismo e as visitações vêm crescendo nas últimas décadas nas Unidades de Conservação (UCs) de Fernando de Noronha. Eles afirmam que o incremento do turismo em UCs pode ajudar economicamente a região a se estruturar e investir na preservação do meio ambiente. Portanto, é fundamental realizar estudos para identificar o perfil do turista que visita as UCs, principalmente quanto à sua consciência ambiental.
Os pesquisadores lembram que o ecoturismo, o turismo de esportes e o de aventura têm grande potencial para se tornarem atividades turísticas sustentáveis. A partir desse pensamento, o estudo tem o objetivo de realizar a valoração do turismo de surf e mergulho em Fernando de Noronha. A metodologia usada foi o método custo de viagem, com a análise de dados pretéritos, metadados e de entrevistas com surfistas e mergulhadores que visitaram o Arquipélago em 2019. Foi verificado que esse público é composto majoritariamente por adultos jovens e com poder aquisitivo elevado. A pesquisa constatou que os gastos médios totais das viagens dos surfistas e dos mergulhadores foram de R$ 7.900 e R$ 8.300, respectivamente.
Os principais gastos para surfistas e mergulhadores foram com hospedagem, passagem e alimentação. Os gastos com mergulho representaram apenas 8% do total da viagem dos mergulhadores e foi o gasto com maior nível de satisfação. Já para os surfistas, o gasto citado pelos viajantes como mais satisfatório foi com o aluguel de automóvel (12% do total da viagem), que usam para levar seus equipamentos às praias. Outros gastos com alto nível de satisfação foram os relacionados ao contato com a natureza, como passeio de barco e canoa havaiana. O estudo concluiu que esse público injeta significativo capital na ilha, deixando claro que esse público tem potencial em auxiliar na manutenção de um turismo econômico e ambientalmente sustentável. Para isso, é fundamental a realização de cursos de formação para prestadores de serviços turísticos e orientações para visitantes, para que o surf e o mergulho não se tornem práticas predatórias, mas sejam mais uma ferramenta a favor da conservação ambiental de Noronha.
Adorei essa pesquisa sobre a valoração do surf e mergulho em Fernando de Noronha! É muito interessante ver como essas atividades, além de serem super divertidas, também movimentam a economia da ilha e contribuem para a conservação ambiental.
É muito importante que os resultados dessa pesquisa sejam utilizados para capacitar os prestadores de serviços turísticos e orientar os visitantes sobre a importância de praticar essas atividades de forma responsável. Assim, poderemos garantir que o turismo em Noronha continue sendo sustentável e que as futuras gerações também possam desfrutar dessa beleza natural.