Os pesquisadores do Projeto Golfinho Rotador, que é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, usam a identificação individual dos rotadores de Fernando de Noronha para estudar pontos como a dinâmica da população, a composição dos grupos, a distribuição temporal e a estimativa populacional. Tudo isso é feito por meio da análise da composição sexual e etária do Catálogo de Rotadores Identificados do PGR. Nesse material, há mais de 10 mil fotografias registradas em mergulho livre, na Baía dos Golfinhos e em expedições de barco, entre os anos de 1990 e 2020. Ou seja, são 30 anos de estudos, registrados em belíssimas imagens. Ao todo, cerca de 1 mil golfinhos foram cadastrados nesse trabalho.
A identificação dos animais se dá em função da classe etária, sexo e marcas naturais. A caracterização sexual é baseada nas características morfológicas externas. A idade dos golfinhos foi avaliada pelo tamanho proporcional entre indivíduos adultos e filhotes. As marcas naturais utilizadas são recortes nas nadadeiras, cicatrizes e padrões de pigmentação diferenciados. Alguns espécimes merecem destaque em função de sua história de vida em Noronha, como o rotador 155, um macho que tem algumas peculiaridades em seus comportamentos sexuais. Ele já foi visto sendo assediado por duas fêmeas e já foi observado recebendo e fazendo sexo oral em outros machos. Já o animal 010 é uma fêmea que já foi avistada oito vezes na Baía dos Golfinhos, durante 10 anos (entre 1991 e 2001), sendo que em duas dessas ocasiões ela estava com filhote.