Nos dias 16 e 17 deste mês – quinta-feira e sexta-feira –, mais uma importante ação do Projeto Golfinho Rotador (PGR) estará em execução. Promovido pelo PGR, que tem o patrocínio da Petrobras, será realizado um curso com o objetivo de elaborar uma proposta de ordenamento do turismo náutico em Fernando de Noronha, especialmente na região do Porto de Santo Antônio. Direcionado a profissionais que atuam no mar – como instrutores de canoa havaiana, de caiaque, marinheiros e guias turísticos – o curso teve as inscrições iniciadas no dia 8, sendo realizadas na sede do PGR, no bairro do Boldró, das 8h às 12h e das 14h às 17h.
Representantes da Polícia Federal (PF), da Administração da Ilha, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Marinha do Brasil devem participar do curso, prestando esclarecimentos sobre suas respectivas áreas de atuação. As palestras e os debates serão realizados no auditório da Unidade Saúde da Família, das 19h30 às 21h, onde os interessados em participar também poderão se inscrever nos dias do evento.
Um dos objetivos do curso é evitar incidentes como o que ocorreu em Noronha, em fevereiro do ano passado. Naquela ocasião, um golfinho-rotador deu um salto para fora d’água e caiu sobre uma canoa havaiana, derrubando uma turista no mar. Segundo os pesquisadores do PGR, isso ocorreu porque o golfinho estava cercado por três canoas e, se sentindo ameaçado, tentou fugir. Coordenador do PGR, o oceanógrafo José Martins destaca que, muitas vezes, a legislação de proteção a diversas espécies animais não é respeitada em Noronha. “Chegamos a fazer um acordo com o pessoal que trabalha com canoas havaianas, mas o acordo não é respeitado”, diz Martins. “É preciso organizar esse tipo de atividade”.
MAIS EMBARCAÇÕES
Outros problemas apontados por José Martins são o crescimento no número de embarcações em Fernando de Noronha e também na procura por passeios náuticos. Há, ainda, o fato de que muitas das infrações são observadas no Porto de Santo Antônio, local bastante frequentado pelos golfinhos-rotadores. “A legislação brasileira proíbe o molestamento dos cetáceos. E ações que incomodam os golfinhos são um tipo de molestamento. Queremos explicar as normas para que os profissionais do setor sejam beneficiados e para dar mais segurança aos turistas”, declara o pesquisador. “Além disso, ações como essa vão ajudar a perpetuar a frequências dos golfinhos em Fernando de Noronha”.