Projeto Golfinho Rotador recebe placas fotovoltaicas para gerar energia limpa

Há 26 anos, a equipe do Projeto Golfinho Rotador se preocupa com a diminuição da pegada ecológica no planeta e atualmente tem a meta de gerar, de maneira sustentável, parte da energia elétrica utilizada em sua sede. Em julho deste ano, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) doou à sede do Projeto Golfinho Rotador placas fotovoltaicas, que transformam energia solar em energia elétrica por meio de um equipamento super moderno, chamado de inversor.

“Com as placas fotovoltaicas, nós do Projeto Golfinho Rotador, vamos diminuir mais ainda a emissão de gases do efeito estufa, já que 90% da energia gerada em Fernando de Noronha são provenientes da queima de óleo diesel. Nossa ideia principal é diminuir cada vez mais nossa pegada ecológica com práticas e tecnologias sustentáveis”, explicou Cynthia Gerling, Coordenadora de Educação Ambiental e Sustentabilidade do Projeto Golfinho Rotador.

Uma das estratégias utilizadas pelo Projeto Golfinho Rotador, para diminuir a pegada ecológica, foi solicitar um projeto arquitetônico para sua sede na Vila do Boldró, que seguisse diretrizes de uma construção sustentável. Em 2006, o projeto arquitetônico foi premiado pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), na Categoria Edificações.

De acordo com Cynthia Gerling, o programa “Smart Grid” ou “Rede Inteligente” iniciado pela Celpe em Fernando de Noronha, será um passo importante para a ilha, e participar desse programa, agregará mais valor às práticas já adotadas pela gestão sustentável do Projeto Golfinho Rotador. “Estamos muito felizes já que isso tem sido nosso desejo para Fernando de Noronha. Temos o coletor solar térmico para aquecer a água dos chuveiros, usamos equipamentos com selo Procel A e, agora com as placas, vamos gerar energia limpa e, caso haja excedente, ela irá para a rede”, explicou.

A Celpe está realizando a instalação das placas fotovoltaicas em nove estabelecimentos de Fernando de Noronha por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O objetivo, de acordo com a Celpe, é demonstrar os benefícios da microgeração distribuída para os moradores do arquipélago, a partir da redução do valor da conta de energia e a diminuição do impacto ambiental.

As placas solares instaladas em nove pontos da ilha terão capacidade total de geração aproximada de 27 kWp. Após a conclusão do projeto, a expectativa é de que sejam economizados 3.400 kWh por mês, proporcionando uma redução de 80% a 90% no valor das contas de energia. Desta forma, aproximadamente 12.000 litros de óleo diesel deverão deixar de ser queimados, por ano, em Fernando de Noronha.

O investimento em fontes de energia limpa é uma tendência mundial. Um relatório apresentado neste ano pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apontou que, em 2015 o valor investido em energias renováveis foi de 286 bilhões de dólares. As fontes renováveis geraram 134 gigawatts adicionais, em comparação com os 106 GW produzidos em 2014. Essa quantidade de energia limpa impediu que 1,5 gigatoneladas de gás carbônico fossem liberadas na atmosfera.

Projeto Golfinho Rotador
O Projeto Golfinho Rotador nasceu em 1990 de uma paixão e necessidade de conservação dos golfinhos de Noronha. A missão é desenvolver ações de pesquisa, educação ambiental, envolvimento comunitário e sustentabilidade em prol da conservação dos golfinhos-rotadores, da biodiversidade marinha e de Fernando de Noronha.

O Projeto Golfinho Rotador é executado pela ONG Centro Golfinho Rotador, tem coordenação do ICMBio e patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.