A Baía dos Golfinhos continua sendo um local de grande concentração de grupos de indivíduos da espécie, mas estudos têm revelado que nos últimos 10 anos outras áreas de Fernando de Noronha estão passando a ser ocupadas.
Local preferido para descanso, amamentação e reprodução, a Baía dos
Golfinhos, em Fernando de Noronha, apresenta frequência diária de 77% a 99%, entre os anos de 1991 e 2016. Outras duas áreas de observação – Mirante do Boldró (entre 2012 e 2016) e Forte de Nossa Senhora dos Remédios (entre 2018 e 2016) – registram uma maior frequência da espécie. Do forte se avista a Baia de Santo Antônio, onde fica o porto de Fernando de Noronha, e uma região contígua chamada Entre Ilhas.
Resumo apresentado no 12º Congresso da Sociedade Latino Americana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos, em Lima, no Peru, mostra que essa nova configuração na área de ocupação dos golfinhos-rotadores na ilha implica em medidas de controle de atividades humanas, tais como o tráfego de embarcações e instalação de equipamentos que produzam ruídos e outras fontes de impacto sobre os golfinhos. Os dados foram obtidos por 2 observadores em cada ponto fixo, registrando os parâmetros de frequência dos golfinhos entre o nascer e o pôr do sol. A média anual do número de indivíduos variou de 181 e 508 na Baía dos Golfinhos; 63 e 747 no Mirante do Boldró; 115 e 503 no Forte de Nossa Senhora dos Remédios. O horário de chegada do primeiro grupo oscilou entre 6h12 e 7h26 na Baía dos Golfinhos; e 5h43 e 15h05 no Mirante do Boldró. O horário de saída flutuou entre 10h43 e 14h46 na Baía dos Golfinhos; e 6h09 a 15h15 no Mirante do Boldró. Já a média anual do tempo de permanência foi de 2 horas a 8 horas e 37 minutos na Baía dos Golfinhos; 10 minutos a 1 hora e 40 minutos no Mirante do Boldró; e 3 horas e 45 minutos a 6 horas e 20 minutos no Forte de Nossa Senhora dos Remédios. O Projeto Golfinho Rotador tem Patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.