A imagem de Fernando de Noronha – um dos principais destinos turísticos do Brasil – está associada não apenas a praias que figuram entre as primeiras no ranking das mais belas do Brasil. Os golfinhos, que utilizam o local para descanso e reprodução, também integram os atrativos da ilha. O que nem todos sabem é que existem regras para se aproximar desses cetáceos, a fim de minimizar o máximo possível o impacto negativo dessa interação.
Para pessoas que estão dentro da água, não é permitido perseguir, nadar e mergulhar com os golfinhos. Para as embarcações, não é permitido perseguir, tentar direcionar os golfinhos para uma determinada área, penetrar intencionalmente nos grupos e produzir ruídos excessivos na presença destes cetáceos.
As regras são ainda mais rígidas na Baía dos Golfinhos, enseada localizada no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e uma das áreas de maior ocorrência de golfinhos-rotadores em Fernando de Noronha. Ela é fechada ao ingresso de pessoas e embarcações não autorizadas. Navegar em movimentos circulares ou em velocidade acima de 5 nós em frente à baia estão entre as atitudes que não são permitidas. A baía é sinalizada com boias que indicam os limites da área protegida.
As regras asseguram que os golfinhos continuem utilizando Fernando de Noronha como local de descanso, acasalamento e cuidados com os filhotes, dentre eles, a amamentação. A espécie costuma se alimentar de peixes, camarões e lulas durante a noite em águas profundas do oceano e durante o dia busca refúgio na ilha em águas mais calmas.
O coordenador geral do Projeto Golfinho Rotador, José Martins, explica que sem a garantia de proteção aos golfinhos, eles já teriam desaparecido de Noronha, como aconteceu em outras ilhas oceânicas. “Noronha precisa mais dos golfinhos do que eles de Noronha. Esses cetáceos estão entre as principais motivações que levam as pessoas a visitar a ilha”, afirma o oceanógrafo.
Mesmo com o trabalho de educação ambiental do Projeto Golfinho Rotador junto aos meios de hospedagem e condutores de visitantes da ilha, frequentemente há infrações. Entre as mais comuns estão a aproximação intencional durante o mergulho e natação. Esse tipo de molestamento tem sido coibido pelo ICMBio Noronha. A multa é de R$ 10 mil reais e o infrator pode até ser alvo de processo por crime ambiental. “Quem ama não molesta o animal, respeita”, diz José Martins.
O trabalho de sensibilização dos prestadores de serviços turísticos e dos turistas de Fernando de Noronha, assim como a pesquisa e monitoramento de golfinhos-rotadores e atividades nas áreas de envolvimento comunitário e educação ambiental realizados desde 1990 pelo Projeto Golfinho Rotador têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A ONG Centro Golfinho Rotador é responsável pela execução do projeto, que tem coordenação do ICMBio Noronha.