Como conciliar a atividade turística com conservação ambiental? Adotando práticas sustentáveis, recomenda Cynthia Gerling, coordenadora de Educação Ambiental e Sustentabilidade do Projeto Golfinho Rotador, que apresentou o tema em atividades realizadas no Litoral Sul de Pernambuco: dias 29 e 30 de julho em Porto de Galinhas e dias 1 e 2 de agosto em Tamandaré.
Em Tamandaré ocorreram três palestras sobre conservação marinha para 238 alunos e 19 professores da Escola Municipal Almirante Tamandaré, além de um curso de práticas sustentáveis que alcançou 58 pessoas.
Os educadores da Escola receberam o “Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros Para Educadores” produzido pela Rede Biomar e o guia “Sustentabilidade à beira mar: um bom negócio”, e os alunos, o gibi infantil “Um garoto da cidade”, ambos criados pelo Projeto Golfinho Rotador. A Biomar é uma rede de projetos em prol da conservação da biodiversidade marinha formada por cinco projetos patrocinados pela Petrobras: Projeto Albatroz, Projeto Baleia Jubarte, Coral Vivo, Projeto Golfinho Rotador e Projeto Tamar.
Em Porto de Galinhas, ocorreram três palestras sobre conservação marinha: duas envolvendo 25 empreendedores do setor turístico e uma para 12 jangadeiros do Pontal de Maracaípe.
Nas palestras sobre conservação marinha e direcionadas aos proprietários e gerentes dos meios de hospedagem de Porto de Galinhas, um dos principais destinos turísticos de Pernambuco, Cynthia distribuiu o guia “Sustentabilidade à beira Mar: um bom negócio”.
A publicação deste guia traz orientações para implementação de gestão sustentável não só em meios de hospedagem, mas também em bares e restaurantes, passeios de barco e mergulho autônomo.
Intitulada “A importância dos oceanos em nossas vidas e nosso papel como guardiões dos mares”, a apresentação de Cynthia Gerling no Pontal contou com o apoio da Associação dos Jangadeiros de Maracaípe, e os participantes receberam o “Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros Para Educadores”. O Pontal tem intensa visitação turística em virtude da presença dos cavalos marinhos nos manguezais de Maracaípe.
Já o tema abordado no curso em Tamandaré em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de Tamandaré, Instituto Recifes Costeiros, Meros do Brasil e Universidade Federal de Pernambuco foi “Os benefícios da adoção de práticas sustentáveis no cotidiano e nos negócios à beira-mar”. Todos os participantes do curso receberam o “Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros Para Educadores” e o guia “Sustentabilidade à beira mar: um bom negócio”.
Cynthia explica que a ação visou sensibilizar pessoas que possam atuar em prol da conservação marinha nessas localidades. “Ao mesmo tempo em que o impacto socioambiental negativo do turismo é evidente, a atividade pode ser um forte agente sensibilizador das questões socioambientais, pois é o principal setor da economia local”, considera Cynthia.
Na opinião dela, para que o turismo aconteça com o menor impacto possível é fundamental que a população local e os visitantes, bem como as instituições envolvidas com a atividade, entendam e valorizem a importância da conservação dos ecossistemas locais.
Assim como em Fernando de Noronha, também em Porto de Galinhas (PE) e Tamandaré (PE) ocorreu o incremento desordenado do turismo, principalmente pelo turismo “Sol e Praia” e pela facilidade de acesso rodoviário a estas praias. Por isso, as duas localidades foram escolhidas para a ação de expansão das atividades do Projeto Golfinho Rotador.
O trabalho de sensibilização para a adoção de práticas sustentáveis no turismo, assim como a pesquisa e monitoramento de golfinhos-rotadores em Noronha, além de atividades nas áreas de envolvimento comunitário e educação ambiental realizados desde 1990 na ilha pelo Projeto Golfinho Rotador, têm patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A ONG Centro Golfinho Rotador é responsável pela execução do projeto.